doa-se UM cachorrinho

Domingo de manhã acordei com o marvin e a meggie latindo mais que o usual. Eles não paravam quietos. Sai pra rua pra ver o que estava acontecendo e descobri que no patio da minha visinha tinham 2 filhotes de cachorro, de aproximadamente uns 2 meses de idade, chorando sem parar.
Como a minha visinha não viu ou fez que não viu, e como eu já conhecendo ela sabia que ela não ia ajudar, coloquei os 2 pra dentro de casa e comecei a cuidar deles até achar um dono definitivo.

Eles estavam bem magrinhos e com um barrigão de vermes, mas não num estado tão ruim quanto o marvin quando achei ele. Batizamos eles de aquiles (o marron) e ozzy (o preto).

O marvin, como sempre, não saia da volta deles, cheirando sem parar e não deixando os pobrezinhos respirarem. A meggie fazia de conta que eles não existiam e só se dava o trabalho de rosnar se eles chegassem perto.

A gente separou eles por um tempo mas depois resolvemos deixar todos juntos pra eles se acostumarem. A principio tava tudo bem, sem maiores stresses.

Teve uma hora que a gente foi ver eles e o aquiles tava todo molhado, sujo, e o marvin também. A gente não sabe o que aconteceu, mas a impressão que deu é que rolou um stress entre os dois.
A gente lavou ele e já aproveitamos pra dar banho no ozzy também.
Depois desse episodio o aquiles sempre demonstrou medo do marvin. Fugia dele e chorava se ele chegava muito perto. A gente achou que era frescura e não deu muita bola.

Ontem à noite saimos pro aniversário da fê e quando voltamos o aquiles foi o unico que não nos recebeu. Eu também estranhei que quando cheguei ninguem fez barulho, estavam todo quietos.
Quando desci do carro vi que o aquiles estava deitado no meio do patio, imóvel.
Quando cheguei perto pra ver, ele estava morto. Não consegui achar sangue, mas dava pra ver uns 3 ou 4 furos de dentes, bastante grandes e visiveis.

A tristeza não veio de verdade até hoje de manhã quando eu deixei o corpo dele na veterinária. É como se mesmo depois de morto ele ainda estivesse ali comigo, dormindo apenas.
Mas quando saí de lá sem ele me senti péssimo, como se tivesse perdido alguma coisa, tiraram algo de valor pra mim.

Eu sou geralmente bastante racional e frio. Não me sentiria assim se ele tivesse pego uma doença e morrido. Mas morrer assim de forma tão estupida e banal é muito triste. Não dá pra se conformar. Ainda mais sabendo que eu podia ter evitando dando ouvidos pro pobrezinho.

Agora só me resta cuidar do irmãozinho dele, pra que não leve o mesmo fim.
Eu adoraria ficar com ele, mas como pretendo viajar, preciso encontrar alguem que fique com ele.

Doa-se apenas 1 cachorrinho, porque o outro, deus, se é que ele existe, já adotou.

Adeus amiguinho.