2010-07-16

A Fixxxer's guide to...

Solidão, Introversão e tudo mais

Certa vez conversando com uma amiga, desabafei que "precisava duma namorada".
Em resposta ela disse "que eu não precisava de ninguém e que eu só gostava de mim mesmo".

Eu refleti por um momento e acabei concordando.
Eu cresci sozinho, fui criado sozinho. A solidão sempre foi um conforto pra mim. Um local de paz, de descanso. Introvertido.
Pros extrovertidos que não entendem, isso significa que pessoas me cansam. Mesmo. Não quer dizer que não goste delas, simplesmente me canso.
É como um esporte que você gosta muito. Eu adoro jogar futebol. Mas depois de 1h ou menos eu canso. Não quer dizer que não gosto mais. Simplesmente cansei.

Mas voltando ao assunto do namoro... Acho que é natural pra uma pessoa que foi criada assim ter isso intrincado no cerebro. Como pode uma pessoa que se sente bem sozinha conviver com outra pessoa?
Isso foi um aspecto que sempre me sufocou em qualquer relacionamento. A sensação de que a outra pessoa está tão ligada a mim que eu nunca estou sozinho. E isso é sufocante.

 Se uma pessoa se sente bem com ela mesma, sozinha, que tipo de pessoa ela vai querer pra se relacionar? Ela mesma! Ou seja, ela é a pessoa que ela mais gosta.

Resumindo, eu sou uma pessoa egoista, individualista e altamente independente.
Porém, não considero esses atributos como algo negativo. Não é que eu saia por ai fazendo mau pras pessoas, puxando o tapete, sendo mesquinho, etc. Quem me conhece sabe que não sou assim.
Acontece que simplesmente eu sinto dificuldade de me conectar com as pessoas e eu sinto uma imensa necessidade de encontrar um pedaço de mim dentro delas.

E isso tudo não é uma questão comportamental. E sim de como eu funciono. Não é como se eu pudesse fazer terapia e mudar isso. Isso é o que eu sou. Como disse um amigo: Ame ou Deixe.

E assim vou vivendo nesse eterno conflito entre o eu e o outro. Com essa imensa dificuldade em me conectar com essas pessoas eu amo, que me amam/amaram/vão amar.

Eu não acredito no amor como uma entrega absoluta, e sim como uma troca de interesses. A grande questão é o que eu preciso receber e o que estou apto a doar...

Enfim, blahblah. I need a beer.

4 comments:

  1. Me identifiquei com esse post.

    Mas discordo em um aspecto: sobre o amor ser uma troca de interesses.

    Isso não é amor. :)
    Talvez a si próprio, mas não ao próximo.

    Sobre essa história de entrega absoluta, não sei o que isso quer dizer. Como assim uma entrega absoluta? Significa que a pessoa fica totalmente a mercê da outra? Isso é arriscado numa situação em que a relação é apenas baseada em interesses, essa pessoa só será "sugada".

    E onde entra aquela história de você gostar tanto de uma pessoa a ponto de se querer vê-la feliz e sentir-se bem fazendo com que ela se sinta feliz? E se ela fizer o mesmo por você?

    É uma troca de interesses? Se o fato que levou-as a fazer isso, foi apenas o desejo de ver o outro feliz?

    Se amor é uma troca de interesses, os casamentos arranjados entre pessoas ricas e influentes devem ter sido os mais felizes e cheios de amor. :P

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  2. "Se amor é uma troca de interesses, os casamentos arranjados entre pessoas ricas e influentes devem ter sido os mais felizes e cheios de amor."

    funcionava assim pra todo mundo até pouco tempo atras e ainda funciona em boa parte do planeta. Será que não existia amor até então?

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  3. Funcionava assim para todo mundo?

    Não estávamos lá. Não sabíamos.

    Mas considerando que seja uma troca de interesses. Tanto em relacionamentos homem-mulher como em amizades. Você precisa oferecer algo primeiro para que as pessoas queiram te oferecer algo. É por isso que pessoas que gostam de solidão (incluindo eu) tem poucos amigos, porque só procuramos as pessoas quando NÓS sentimos falta, quando NÓS estamos querendo companhia. Mas e as necessidades delas? E quando ELAS sentem nossa falta, e quando ELAS querem companhia? Satisfazemos as necessidades delas? Eu, muitas vezes, sou uma amiga bem relapsa, e só duram as amizades que resistem a distância. Porque, sinceramente, não tenho disposição para dar tanta atenção as pessoas, mas quando sinto falta delas, quando sinto falta de ter muitos amigos, sei que isso é culpa minha.

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  4. E talvez por isso a melhor solução para pessoas assim seja a solidão, pois dificilmente a necessidade das duas pessoas de estarem juntas vai ser sempre sincronizada. Aí quando uma quer companhia, a outra quer ficar sozinha e vice-versa. E como ninguém está disposto a satisfazer a vontade do outro, apenas a própria, ninguém leva nada nessa história.

    Em uma outra situação, em que apenas um tem essa mentalidade, mas a outra pessoa se dispõe a satisfazer o parceiro, mesmo que não seja bem o que ela quer no momento, chegará uma hora que essa pessoa se cansará. Pois ela apenas dá (no bom sentido) sem nunca receber algo em troca. É uma pessoa usada e pouco valorizada pelo outro.
    Também é #fail.

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